Por que as câmeras profissionais fazem barulho ao fotografar?
Quando compramos uma câmera profissional, passamos horas e mais horas destrinchando cada uma de suas funções. Tiramos diversas fotos, de vários objetos, testando diferentes focos, as diferentes lentes, utilizando as ferramentas de customização da própria câmera e rapidamente, enchemos um cartão de memória com muitos gigas. Porém, uma coisa ninguém consegue mudar: aquele barulhinho característico assim que você tira a foto.
Isso pode ser um problema na hora de tirar fotos de animais ou tentando tirar aquela foto que você quer que seja surpresa. Infelizmente, é impossível tirar o barulhinho, mesmo modificando todas as configurações da câmera.
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O som que você ouve quando tira uma foto é o barulho do obturador (“shutter”) da câmera, que é uma parte mecânica da câmera. O ruído surge quando ele se abre e permite a luz passar por ele, expondo o filme ou sensor para a imagem e permitindo que a fotografia seja capturada.
Esta parte ser móvel é um aspecto extremamente importante de câmeras com lentes permutáveis, uma vez que ajudam a proteger o sensor de imagens e impedindo que ele seja danificado por exposições muito prolongadas.
O tempo durante o qual o obturador permanece aberto (o tempo de exposição, muitas vezes chamado de “velocidade do obturador” ou “shutter speed”) é determinado por um mecanismo de temporização. As configurações do tempo de exposição ao tirar a foto podem provocar efeitos muitos legais e é uma das características que você pode explorar muito bem com uma câmera nova.
Temos que lembrar também que existe o som dos espelhos da câmera durante o ato de tirar a foto. O espelho SLR está na frente do obturador. Ele reflete a imagem pra que seja possível que a enxerguemos no visor. O espelho vira para fora do caminho quando nós apertamos o botão para tirar a foto. Em seguida, o obturador abre brevemente, expondo o sensor. Assim que o obturador expõe o sensor, a abertura abre para cima, e retorna o espelho para que possamos ver novamente através do visor. SLR significa Single Lens Reflex (Reflexo de Lente Única) e significa que podemos ver a imagem utilizando o visor com a mesma lente utilizada para tirar a foto.
Agora, já se perguntou por câmeras digitais, especialmente as DSLRs, têm obturadores mecânicos? O sensor é eletrônico, então por que não é feito nada para simplesmente expor o sensor para o período de tempo especificado pela velocidade do obturador? Por que não pode o sensor só começar a acumular luz (o que é muitas vezes referido como uma “carga”), esperar um período de tempo especificado e, em seguida, parar de acumular luz no fim do tempo de exposição?
Em termos leigos, um obturador mecânico é usado para controlar o tempo que os pixels em um sensor de imagem coletam a luz. Um obturador mecânico simples pode ser usado para ligar todo o conjunto de sensores durante a exposição. Isto elimina a necessidade para que sejam adicionados componentes eletrônicos em cada pixel, que seriam usados para ligar/desligar cada pixel e armazenar a carga (acumulando luz). Ao utilizar um obturador mecânico, você faz uma opção mais simples, barata e eficiente. É claro, nada é permanente e novas tecnologias surgem. Algumas câmeras usam tanto um sensor mecânico e um obturador eletrônico. Nestes casos, o obturador eletrônico é usado para complementar o obturador mecânico, fornecendo recursos como uma velocidade de sincronização do flash onde obturadores mecânicos não sejam rápidos ou precisos o suficiente. SLR digitais que utilizam um obturador mecânico, no entanto, utilizam o obturador mecânico para controlar a quantidade de carga acumulada no sensor, já que este simples dispositivo mecânico pode ser utilizado para simplificar o circuito do sensor propriamente dito, melhorando a qualidade da imagem e reduzindo o ruído digital na mesma.
Portanto, na próxima vez que ouvir o barulhinho de sua câmera, pense nele como a sinfonia de uma boa fotografia.
Sobre o autor
André tem uma família entusiasta de fotografia desde a década de 70. Já passaram por diversas máquinas e tecnologias, até máquinas de slide quando foram lançadas no Brasil. Quando se mudou para Belo Horizonte, em 2009, André conheceu e atuou com amigos no audiovisual. Conheceu e morou com um produtor e cineasta em uma república, com quem aprendeu muito sobre câmeras. Hoje, André continua estudando sobre câmeras e compartilhando seus conhecimentos no blog Super Câmera.
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